STF: Alexandre de Moraes rejeita pedido de devolução do passaporte de Jair Bolsonaro

STF mantém retenção do passaporte de Bolsonaro sob risco de tentativa de fuga do país.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta quinta-feira (16) o pedido de devolução do passaporte do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A solicitação visava permitir que Bolsonaro viajasse aos Estados Unidos entre os dias 17 e 22 de janeiro para participar da posse do presidente eleito Donald Trump, marcada para o próximo dia 20, em Washington.

Esta é a quarta vez que o STF nega a restituição do documento. Na decisão, Moraes destacou que Bolsonaro não apresentou um convite formal para a cerimônia e que não houve mudanças no contexto que justificassem a suspensão da proibição de deixar o Brasil.

De acordo com Moraes, a retenção do passaporte do ex-presidente continua necessária, pois persiste o risco de tentativa de fuga. O ministro relembrou que Bolsonaro “vem defendendo a fuga do país e o asilo no exterior para diversos condenados pelo plenário do STF em casos relacionados à tentativa de golpe de Estado e à abolição violenta do Estado Democrático de Direito”.

Além disso, Moraes citou que, após o indiciamento, Bolsonaro chegou a considerar publicamente a possibilidade de sair do Brasil e pedir asilo político em outro país, em uma tentativa de evitar eventuais responsabilizações jurídicas. Essa intenção também foi reforçada, segundo o ministro, por declarações de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente e deputado federal.

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Os advogados de Bolsonaro argumentaram que o evento de posse de Trump possui “notória relevância política e simbólica” e que o convite teria “carregado significados importantes”. Apesar disso, o STF entendeu que a ausência de um convite formal e o risco de evasão do ex-presidente sustentam a manutenção da proibição de viagem.

Desde que teve seu passaporte retido, Bolsonaro está impedido de deixar o país. O ex-presidente é investigado em processos relacionados à tentativa de golpe e à violação do Estado Democrático de Direito, o que reforça a necessidade de medidas cautelares para garantir sua permanência no Brasil e sua responsabilização perante a Justiça.

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