Brasil enfrenta surto de dengue em 2025: casos disparam e preocupam autoridades de saúde

Com o aumento de infecções e resistências à fiscalização, cidades enfrentam um dos maiores desafios no combate à doença.

O Brasil inicia 2025 com um panorama preocupante no combate à dengue. Embora os números de casos nas primeiras semanas deste ano tenham apresentado uma queda de 48,7% em relação a 2024, o total de 57.879 casos prováveis já coloca 2025 como o segundo maior registrado para o período. O ano passado já havia fechado com números alarmantes, com 6,64 milhões de casos e mais de 6.000 mortes, o que leva as autoridades de saúde a se prepararem para uma nova onda da doença.

A situação é especialmente crítica em algumas regiões do Brasil, com destaque para os estados de Acre, Espírito Santo, São Paulo, Mato Grosso e Paraná, onde os índices de infecção são mais elevados. São Paulo lidera o ranking absoluto com 30.375 casos confirmados nas primeiras semanas de 2025. No entanto, o cenário se agrava ainda mais em cidades como Campinas, no interior de São Paulo, que em 2024 registrou o maior número de casos de dengue de sua história, com 121.241 confirmações e 84 óbitos. Em 2025, as autoridades de saúde da cidade já preveem um aumento ainda maior nos números de infecções.

Em Campinas, a Prefeitura intensificou as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, com o lançamento do Alerta Arboviroses 2025. O levantamento aponta 14 bairros em situação de risco elevado de transmissão, com destaque para as regiões Leste e Noroeste, onde bairros como Jardim Boa Esperança, Jardim Guanabara e Vila Padre Manoel da Nóbrega estão entre os mais críticos. O aumento no número de recusas dos moradores em permitir a entrada dos agentes de saúde para inspeção também tem sido um grande obstáculo no combate à proliferação do mosquito. Em 2024, as recusas atingiram 52%, um aumento contínuo nos últimos anos.

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De acordo com o Ministério da Saúde, o cenário atual é reflexo do passivo deixado pela pandemia de Covid-19, quando o trabalho dos agentes de endemias foi fortemente impactado. No entanto, o secretário adjunto da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, Rivaldo Venâncio da Cunha, acredita que há motivos para um prognóstico otimista para 2025, embora as autoridades de saúde sigam vigilantes, especialmente diante das chuvas intensas que favorecem a proliferação do mosquito.

Com o início de 2025 mostrando índices elevados de casos e a ameaça constante da dengue, as autoridades reforçam a necessidade de mobilização da população para a eliminação de focos do mosquito, e alertam que a colaboração de todos é fundamental para evitar que os números de infecção e óbitos sigam em alta.

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