Decisão coloca os Estados Unidos ao lado de Irã, Líbia e Iêmen como únicos países fora do tratado climático de 2015, gerando preocupação entre ambientalistas e líderes globais.
janeiro 21, 2025
Em um movimento controverso, Donald Trump, que reassumiu a presidência dos Estados Unidos nesta segunda-feira (20), anunciou oficialmente a retirada do país do Acordo de Paris, decisão formalizada em um decreto presidencial durante um comício na Capital One Arena, em Washington, diante de 20 mil apoiadores. Esta é a segunda vez que os EUA abandonam o tratado climático global, reafirmando a postura de Trump contra regulamentações ambientais e em favor da indústria de combustíveis fósseis.
Os Estados Unidos, que são a maior economia global e o segundo maior emissor de gases de efeito estufa, agora se juntam ao seleto grupo de países fora do pacto climático de 2015, ao lado de Irã, Líbia e Iêmen. O Acordo de Paris, assinado durante a COP21, busca limitar o aquecimento global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais para evitar os impactos mais severos das mudanças climáticas.
Trump justificou a retirada argumentando que o acordo prejudica a economia americana ao beneficiar outros países e prometeu revogar 79 regulamentações ambientais aprovadas durante o governo Biden. “Estamos devolvendo aos americanos a liberdade de explorar nossos próprios recursos, sem o peso de acordos que tiram empregos e oportunidades de nossa nação”, declarou Trump no discurso.
A decisão reacendeu preocupações entre ambientalistas e especialistas, que temem um enfraquecimento do esforço global contra as mudanças climáticas. “Os riscos são claros: isso pode gerar uma reação em cadeia, levando outros países a reconsiderar sua participação no pacto”, alertou Claudio Angelo, do Observatório do Clima.
Enquanto isso, o secretário-geral da ONU, António Guterres, demonstrou confiança de que estados, cidades e empresas norte-americanas continuarão a adotar medidas em prol de um crescimento econômico sustentável e de baixo carbono, mesmo sem o apoio do governo federal.
Trump já havia retirado os EUA do acordo durante seu primeiro mandato, em um processo que foi revertido pelo presidente Joe Biden em 2021. Agora, especialistas destacam que a saída será mais rápida, exigindo apenas um ano para ser concluída. Ainda assim, os impactos dessa decisão devem ser sentidos em escala global, com possíveis retrocessos nos esforços para frear o aquecimento planetário, que já ultrapassou 1,6°C acima dos níveis pré-industriais.
A postura de Trump reforça seu ceticismo em relação ao aquecimento global, frequentemente rotulado por ele como uma “farsa”. Para muitos, no entanto, a retirada representa um passo perigoso na luta contra uma crise que afeta todas as nações.